Resumo
Investiga-se, nessa dissertação, a escrita textual e imagética do autor e ilustrador Roger Mello, em busca de identificar e discutir as experimentações estéticas que mantêm vivos, em sua literatura, a palavra com sentido ampliado, a imagem que sugere novos olhares e o borramento das fronteiras entre o real e o imaginário e os tempos passado e presente. Para isso, foram selecionados cinco de seus mais de 100 livros publicados: Todo cuidado é pouco (1999), Meninos do Mangue (2001), Zubair e os labirintos (2007), Contradança (2011) e João por um fio (2012). Eles respondem, por amostragem, à pergunta que motivou essa pesquisa: como a literatura de Roger Mello amplia a experiência dos leitores com a linguagem verbo-visual, sugerindo novos afetos para crianças e jovens? Pela análise dos livros-ilustrados de Roger Mello realizada por essa dissertação, percebe-se que as artimanhas estéticas do autor tensionam a linguagem na busca de novas formas de narrar. Formas que deem conta, no contemporâneo, das múltiplas infâncias tratadas na obra do autor. Uma busca que aproxima as narrativas de Roger Mello do território da infância, um lugar movente em que as coisas do mundo não têm lugares e sentidos fixos, tampouco, uma temporalidade linear.