Zélia Gattai (1916-2008) nasceu em São Paulo em 2 de julho, era filha de Angelina Da Col e Ernesto Gattai, ambos italianos. Seu pai, que a registrou como nascida no dia 4 de agosto, fazia parte do grupo de imigrantes políticos que chegou ao Brasil no fim do século XIX, para fundar a célebre Colônia Cecília, tentativa de criar uma comunidade anarquista na selva brasileira. A família de sua mãe, católica, veio para o Brasil após a abolição da escravatura para trabalhar nas plantações de café, em São Paulo. Na década de 1930, Zélia tornou-se amiga de diversos artistas e intelectuais da época. No início de 1945, Jorge Amado, membro do Partido Comunista, se encontrava em São Paulo para participar de movimentos reivindicativos e comandar a organização de um comício para Luís Carlos Prestes, recém-saído da prisão. Zélia, que já lera os primeiros romances de Jorge Amado e o admirava, conheceu-o pessoalmente na abertura do Congresso Brasileiro de Escritores, que se realizava no Teatro Municipal de São Paulo. Em meados de 1945, casaram-se. Dessa união nasceu, em 25 de novembro de 1947, o filho João Jorge Amado, no Rio de Janeiro. Sem condições de segurança para permanecer no Brasil, Jorge viajou para a Europa. Em 1948, Zélia viajou ao seu encontro.Começa sua produção literária escrevendo seu primeiro livro de memórias, “Anarquistas, graças a Deus” (1979) no Rio de Janeiro. Nesta obra narra a vida de seus pais, a realidade dos imigrantes italianos no Brasil e sua infância em São Paulo. “Um chapéu para viagem” (1982), a obra narra o começo de sua vida com Jorge Amado e as histórias dos Amados, contadas por Lalu, mãe do escritor. No ano seguinte é lançado, em Salvador, o livro “Pássaros noturnos do Abaeté”, com gravuras de Calasans Neto e texto de Zélia Gattai. Em 1987, publica “Reportagem incompleta” (fotobiografia), com fotografias de sua autoria. Torna-se membro do Conselho Curador da Fundação Banco do Brasil. Editou o “Jardim de inverno”, em 1988. O livro é lançado na Fundação Casa de Jorge Amado. A obra narra os momentos políticos difíceis, vividos entre 1949 e 1952. É homenageada com uma exposição sobre o tema “Jardim de inverno”, pela Fundação Casa de Jorge Amado
(Fonte: <a href="https://www.academia.org.br/academicos/zelia-gattai/biografia">Academia Brasileira de Letras (ABL)</a>)
(Foto: <a href="https://www.publishnews.com.br/materias/2016/02/23/curso-vai-explorar-o-legado-de-zlia-gattai">PublishNews</a>).