Resumo
Neste artigo, discutimos a respeito dos aspectos narrativo-visuais presentes em Selvagem (2010), de Roger Mello. A nossa proposta identifica a organização de alguns elementos imagéticos para a composição do ritmo visual, já que, no caso específico deste objeto literário, percebeu-se que determinadas transgressões da realidade ficcional proporcionaram uma mudança de perspectiva interpretativa, suscitando um novo olhar sobre a história. Para tanto, o aporte teórico contempla estudos da narrativa literária (D’ONOFRIO, 1995; CULLER, 1999; EAGLETON, 2006), da imagem e da potencialidade do ritmo como um fenômeno de criação e de percepção visual (MANGUEL, 2001; OLIVEIRA, 2008), para culminar nas reflexões sobre as “silenciografias” (BAJOUR, 2019), neologismo que diz respeito às marcas do não dito em livros de imagens.