Sinopse
Há mais de vinte anos, meu marido e eu estivemos num sebo em Barcelona. Lá, ele viu um pequeno livro de recontos de lendas e contos africanos e me disse: “Vou comprar pra você.” Anos se passaram. Um belo dia, quando procurava uma história de origem africana para contar num espetáculo do Conto Sete em Ponto, meu marido me estendeu o livro e disse: “Olha essa história.” Pedi para que lesse em voz alta. O texto estava publicado na língua espanhola, mas ele foi traduzindo e lendo ao mesmo tempo. Ouvi atentamente e disse-lhe: “Agora vou recontá-la.” Após a minha narração, ele sorriu e disse: “Você achou a sua história.” Desde então, recontei essa história inúmeras vezes, do meu jeito, claro. Trata-se de um conto do então chamado Congo Belga (a ação imperialista belga se estabeleceu no Congo no século XIX e só em 1960 foi inaugurado o Estado Livre do Congo). Era um tempo em que os brancos levavam seus produtos e seus costumes para aquele território. O tecido que Arondo comprou dos Orungus seria um produto de outra cultura que invadia seu território? Akenda Mbani, ao ressuscitar, quebrou uma tradição do rei que estipulava que, quando um marido ou esposa morria, o sobrevivente devia ser morto também. Essas e outras questões agora estão à disposição dos brasileiros. E, assim, as histórias vão revivendo e encantando leitores por toda parte.