Sinopse
Com O marinheiro, Fernando Pessoa abre as portas do teatro português ao drama moderno, na medida em que substitui a ação e a trama pela profunda reflexão filosófica de vozes que mais se atravessam do que propriamente dialogam. Na peça, três mulheres varam a madrugada velando o corpo de uma quarta, enquanto esperam o amanhecer. Nesse contexto, elas refletem sobre questões como a morte, a vida, o limite entre sonho e realidade, chegando a questionar a própria existência do mundo. O drama carrega muitos temas caros ao universo pessoano e a seus heterônimos, relacionando-se especialmente com a poesia de Alberto Caeiro, no questionamento da realidade das coisas, e com a prosa de Bernardo Soares, em seu forte esforço reflexivo.